Aeroporto Santos Dumont (SDU)

Nos anos 30 a capital do Brasil não tinha nenhum aeroporto moderno. A localização do Aterro do Calabouço, por ser próximo ao centro do Rio era a ideal. A única preocupação era a presença de uma pedra chamada Pão de açúcar bem na reta da pista, o que obriga os aviões a fazer um desvio.
A partir de 1934 foram jogados ao mar 2.700.000 m³ de areia e pedra (Vindas da explosão do Morro do Castelo, no Centro do Rio próximo ao Aeroporto) para formar o aterro onde seria construído o SDU. Finalmente, em 1936 a companhia Vasp inaugurou o 1º vôo unindo o Rio a São Paulo com dois Junkers para 17 passageiros. Os vôos decolavam na mesma hora das duas cidades e 2 horas depois cada um pousava no seu destino. Porém a inauguração oficial dos vôos regulares foi em 30/10/1936 quando o aeroporto do Calabouço foi batizado de Santos Dumont.
Em 1937 operavam no SDU os Junkers 52 da Vasp e Cruzeiro, os Lockheed L-10 Electra da Panair e os DC-3 da Pan Am.
A Pan Am, em conjunto com a Panair do Brasil, construiu um luxuoso terminal anfíbio para receber tanto os DC-3 quanto os hidroaviões Sikorsky e os aerobotes de outras companhias.
Em 1938 a pista foi ampliada de 700 para 1050 metros para atender a demanda maior de aviões baseados em terra. Nesse mesmo ano o terminal principal foi inaugurado pelo Presidente da República Getúlio Vargas dando início à sua fase dourada. Como o Rio era a capital política e econômica do Brasil e o turismo era muito intenso, o SDU detinha a primazia no transporte aéreo nacional e São Paulo ainda não roubava o tráfego do Rio.
Depois da 2ª Guerra todas as empresas que voavam para o Brasil pousavam lá com seus DC-3, C-46, Convair, Scandia, Constelation, DC-4, DC-6. Em 1947 quando sua pista foi estendida em mais 300 m (total 1350 m) o SDU entrou no seu apogeu de tráfego. Na época o DAC se viu obrigado a transferir os vôos intercontinentais para o Aeroporto do Galeão que passou a operar com os DC-6, Boeing 377 e Constelation que poderiam então decolar mais pesados.
Durante os anos 50 o SDU ainda estava no seu auge de importância, antes da mudança da capital para Brasília, quando foi criado o serviço de Ponte Aérea entre o Rio e São Paulo pelas empresas Varig, Vasp e Cruzeiro que operavam os Convair 240, Scandia e Convair 340 respectivamente.
Na década de 60 Brasília tornou-se capital e São Paulo assumiu o posto de cidade mais importante devido à sua industrialização. O SDU então perdeu tráfego também pelo advento dos grandes jatos que substituíam os turbo-hélices. Em compensação a operação de empresas de táxi aéreo, junto com as aeronaves executivas e os aviões da FAB melhoraram o movimento no aeroporto.
No final da década de 70 houve um marco na história do aeroporto: o DAC obrigou as empresas da Ponte Aérea a operar exclusivamente aeronaves quadrimotoras. O Lockheed Electra II e por um breve período o Vickers Viscount operaram a rota. Porém o Electra II tornou-se exclusivo no serviço e passou a confundir sua própria história com a do aeroporto.
Como nada é eterno, e nem os Electra II, os Boeing’s 737-300 entraram em serviço na Ponte Aérea a partir de novembro de 1991 o que decretou a aposentadoria dos turbo-hélices. Para muitos a fase romântica, a era de ouro havia se acabado.
A criação de vôos diretos entre os aeroportos centrais de quatro cidades (Rio de Janeiro-Belo Horizonte-São Paulo-Curitiba) trouxe nova vida ao aeroporto com o retorno de turbo-hélices como: Brasília, Fokker 27 e 50, Bandeirante, ATR-42, Dash-8.
Hoje em dia a Ponte Aérea não existe mais e a rota Rio-São Paulo é operada por Boeing’s 737-300 e 500 da Varig, Airbus A-319 da Tam e 737-700 da Gol. Essa última empresa ocupou o espaço deixado pela falida Transbrasil. Os Bandeirantes e Hawker 800 da FAB, os LET-410 e Brasilias das empresas regionais completam o retrato do que é hoje o Aeroporto Santos Dumont.


A PAISAGEM

A beleza do Aeroporto Santos Dumont também está ao redor dele. A Baia da Guanabara, a Ponte que liga o Rio à cidade de Niterói, a Enseada de Botafogo, situada entre o Aeroporoto e o obstáculo mais charmoso da paisagem: o morro do Pão de açúcar. Nem mesmo a mistura de aviões e navios que se visualiza do terraço pode superar a beleza da se ver o cartão postal do Rio de Janeiro a partir da janela do avião.
Experimente decolar de lá em vários dias seguidos e ver à direita um novo Pão de açúcar a cada dia. Um novo ângulo, uma nova formação de nuvens em dias nublados, um novo reflexo do sol (tanto no morro quanto na água).Olhe à esquerda também e você verá que os morros e as praias são quase tão belos quanto ele.
Por toda essa riqueza natural e histórica podemos dizer sim que o Aeroporto Santos Dumont, uma das portas de entrada para a Cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro, é um dos mais belos do mundo!!